Poesia, Memória Literária e Crônica em homenagem a Tarauacá produzidas por nossos alunos

Clarine Oliveira -1ª Série “A”

Minha Tarauacá

Terra simples, hospitaleira 


Mel Silva - Série: 2º ano

TARAUACÁ: ONTEM, HOJE E AS EXPECTATIVAS DO AMANHà

Falar de Tarauacá, principalmente lembrando do ontem me traz grandes saudades. Saudades da tranqüilidade, das brincadeiras inocentes, do modo de vida simples, saudades das conversas, das histórias contadas por nossos pais, que por sinal já eram transmitidas por nossos avós. 

Tarauacá mudou, quando lembro sinto falta, não é difícil falar de tantas coisas que aqui se passou, só é preciso alguns minutos de observações, e logo se percebe que essas mudanças são notórias. Poucas casas, poucos bairros, as ruas mais importantes, como em toda e qualquer cidade, é o centro que se destacava pelas ruas atijoladas. O bairro Senador Pompeu era praticamente todo em trapiches, lugar onde passei minha adolescência até a juventude. A primeira escola foi Omar Sabino de Paula, onde funcionava hoje a fábrica de gelo e a cooperativa dos pescadores. Novelas, filmes, seriados, raramente podíamos assistir, só quando um prestativo vizinho abria suas portas, já que esses eletrônicos eram mais populares em famílias com condições elevadas. Naquele tempo os namoros eram de fato arcaicos, apenas de apertos de mãos, e claro o irmão mais velho olhando. 

A primeira vez que andei de carro foi engraçado, contei para todos os meus amigos do bairro, esses automóveis eram raríssimos e quando aparecia na cidade era grande novidade. Os meios de transporte eram fluviais, em festividades eu ia para a beira do rio observar várias canoas empilhadas. Ai que saudade! Parece ser simples, mas era uma vida feliz, vivíamos de verdade, não nos preocupávamos tanto, as roupas eram simples, na maioria das vezes costuradas por nossos pais. 

Lembro-me ainda e disso não sinto falta, da precariedade que tínhamos em relação á saúde, o Dr. Tomé era o único médico da cidade, hoje podemos dizer que temos um bom atendimento. Tarauacá possui uma beleza natural. Os festivais eram os grandes destaques, que hoje já não tem mais, lembro-me dos novenários, momento onde encontramos várias pessoas, e ficávamos admirados com aquela singela praça enfeitada. Nós vivemos para progredir, mesmo que este progresso seja momentâneo, hoje a maioria das ruas são asfaltadas, poucas estão sem atijolamento, apesar da eliminação de alguns festivais, temos clubes onde os jovens tiram os finais de semana para se divertir, temos muitos prédios, casas admiráveis, novos bairros. 

Tarauacá com o tempo conquistou seu valor, hoje temos televisão, geladeira, acesso á internet que antes era uma “lenda’’. A cada dia sonhamos com uma cidade valorizada, onde possamos ter orgulho de nossa origem. Tenho muitas saudades, mas tenho mais ainda esperança, esperança de que a cada dia minha cidade irá se desenvolver. 

Sou da terra dos abacaxis gigantes, da mulher bonita. Tarauacá não é uma simples cidade é a cidade onde nasci, cresci e pretendo morrer, mais antes disso, quero vê-la crescer. 

Ontem vivia sonhando com o hoje, e hoje vivo sonhando com o amanhã e espero que este amanhã de fato faça parte das minhas expectativas. 

Gênero Textual: Memórias
Entrevistada: Matilde Ermina dos Santos
Idade  : 83 anos                             




Raí Pereira do Espírito Santo  - 3º ano 


Soluço sem lágrimas

Era umas nove ou dez da noite quando paro na sorveteria no centro de nossa cidade. A rua estava um pouco agitada. As pessoas trafegavam de um lado para o outro. Me sentei para descansar e relaxadamente, descontraído, observo os lentos passos que se aproximam. Na verdade, não pretendia contar esse fato, mas a realidade vivida coagiu. E isso merece uma crônica. 

Com um olhar abatido, a compostura da humildade. Descalço, contido numa roupa velha que aparentava nunca ter sido lavada. Era um garoto de em media oito anos de idade, que se completa com uma caixa de madeira cheia de entulhos a tiracolo. 

Estou falando de um garoto engraxate, que passa o dia nas ruas por ai afora. Esse se aproxima de um senhor e pergunta-lhe se que engraxar os sapatos. Na contenção de gestos e palavras, o homem parece ter aceito. O negrinho, contido na expectativa do pagamento rápido, põe-se de joelhos e com suas mãos sôfregas, começa a esfregar com um pano encardido o sapato do senhor, espalhando a graxa de maneira igual. 

Ao término do seu serviço, o senhor retira do bolso uma moeda, que o negrinho recebe com um árdengo olhar vagarosamente, com passos inseguros, caminha e logo desaparece na curva da esquina. 

Não sou poeta e nem estou sem inspiração, apenas não pretendia encontrar assunto com este: ardente como um soluço sem lágrimas. 

Soluço sem lágrimas sim, por tratar-se apenas de uma criança, sem expectativas de vida. Afinal, onde está o cartão vermelho ao trabalho infantil na cidade de Tarauacá? Virou apenas um slogan?

E sem igual, berço de belas moças 
E terra de abacaxis grandes 

Suas tradições e seus costumes 
Todos querem conhecer. 
Repassam as informações 
E todos vêm aqui conhecer 


Terra de grandes conquistas, 
Lutas e muitas vitórias 
Tarauacá terra boa, 
Que todo mundo gosta. 

Tem em suas origens 
Grandes heróis e heroínas 
História simples que 
A todos fascinam. 

Coisas boas e ruins 
Naquela época aconteceram 
E hoje colhemos os frutos 
Que a tempos floresceram 



A 98 anos atrás 
Muito pouco existia 
Era tudo em pontes e trapiches 

E agora, a cidade 
Pacata e sem brilho 
Ganhou forma e 
Muito ritmo. 

Minha Tarauacá, 
Terra abençoada 
Cheia de verdes, e
Florida de sonhos. 

Terra de raízes, 
Firmes e fortes, 
Cultura viva, e 
Cheia de Glória. 

“Tarauacá, um sonho que todos nós sonhamos.”

Participação na Hora Cívica: 98º Aniversário de Tarauacá


A Escola Djalma Batista participou ativamente da Hora Cívica, evento oficial do aniversário de Tarauacá. A Comunidade Escolar se fez presente e se destacou entre as demais através dos estudantes Clarine Oliveira, Mel Silva e Raí Pereira que apresentaram suas redações falando sobre o município. Destaque também para a apresentação da fanfarra onde a escola procura resgatar um pouco da tradição e manter viva nos dias atuais a cultura dos nossos antepassados.
O Diretor Francisco Souza disse que está propondo às autoridades a criação do concurso de fanfarras como forma de incentivar todas as escolas a se envolverem.


















































DESTAQUE

1º SOLETRANDO INTEGRAL 2019 DA ESCOLA DJALMA DA CUNHA BATISTA.

                  Motivação. Está aí uma palavra que acompanha o trabalho do professor em sala de aula. Ele precisa motivar seus alunos, ...

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